Em 2012, os preços pagos pelos produtores da indústria cresceram 7,16% na comparação com 2011. O número ficou bem acima do registrado no ano anterior, quando o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 2,6% na comparação com 2010. O indicador do ano passado foi divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice registrou alta de 0,3% em dezembro, na segunda aceleração seguida. Mas a maior alta do IPP no ano foi no primeiro semestre, entre fevereiro e maio, passando de uma retração nos preços de 0,42% no segundo mês do ano para uma alta de 1,69% em maio.
Além da diferença de 4,56 pontos percentuais entre um ano e outro, a alta de preços foi bem abrangente: dos 23 setores industriais pesquisados pelo IBGE, 16 registraram alta de preços. O maior destaque foi a indústria de fumo, cuja inflação cresceu 18,52% no ano passado, seguido da fabricação de produtos alimentícios, cujos preços avançaram 14,57%. Embora em segundo lugar, a agroindústria teve peso maior na composição do IPP do ano por sua participação da atividade industrial, com 2,75 pontos percentuais de representação.
Outros dois setores registraram inflação de dois dígitos no ano: a indústria de celulose, papel e produtos de papel (12,57%) e a indústria de bebidas (12%).
O IBGE destacou que o IPP de 2012 retoma o ritmo inflacionário registrado em 2011, quando o indicador fechou o ano ainda mais alto, em 8,04%. Parte da oscilação de preços pode ser explicada, segundo nota do instituto, pela variação cambial, uma vez que, no segundo quadrimestre do ano passado (maio, junho, julho e agosto) o indicador teve a maior alta (3,88%), correspondente com a desvalorização do real, quando o câmbio variou em mais de 9%.
“Em 2012, movimento do câmbio, preços internacionais altos (nafta) e problemas localizados de oferta (soja e arroz, por exemplo) explicam em grande parte o quadro”, assinalou o instituto em nota. O movimento inflacionário do ano passado foi diferente do ocorrido em 2010, segundo o IBGE, quando os preços aumentaram “por conta da pressão de demanda mundial, num quadro de aumento de renda”.
Fonte: DCI
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