quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cuidados na hora de importar

Nas duas primeiras semanas de janeiro, as importações brasileiras atingiram o valor de US$ 7,255 bilhões, o que representa um aumento de 14,3% em comparação com a média por dia útil alcançada em janeiro de 2012. São vários os fatores que levam ao aumento da importação, como inexistência de produto ou matéria-prima equivalente no mercado nacional, além de qualidade e tecnologias diferenciadas encontradas em alguns países fora do Brasil.

Mas, as empresas que desejam adquirir produtos do exterior devem ficar atentas a algumas questões. O empresário Dario Tomaselli Neto, da Torent, dá algumas dicas. “Primeiramente, é indispensável conhecer o produto e o mercado ao qual ele se destina”, ressalta.

Outra dica é buscar a melhor classificação fiscal para o produto em questão, por meio da assessoria de uma empresa especializada na área. Isso, de acordo com Tomaselli Neto, envolve enquadrar o item na NCM correta, obtendo as alíquotas de impostos que incidirão sobre o produto na hora do desembaraço e revenda no mercado nacional. “Também é importante verificar se o produto está sujeito à substituição tributária, pois, em caso positivo, o valor de ICMS a ser recolhido ficará significativamente aumentado”, alerta o empresário.

Identificar se o produto está sujeito ao regime monofásico do PIS e da COFINS, mecanismo semelhante à substituição tributária e que também encarece muito os produtos é outro cuidado importante, segundo Tomaselli Neto.

É preciso ainda verificar se existem exigências para o produto em questão, como necessidade de certificações especiais em órgãos como Inmetro e Anvisa;  e se o seu produto pode realmente ser importado. “As homologações junto a estes órgãos  podem custar caro e demandar bastante tempo para serem aprovadas”, destaca.

Testes

Após o período burocrático, Neto orienta para as questões práticas. “Sempre teste exaustivamente todo produto antes de iniciar qualquer negócio com um fornecedor no exterior”, recomenda. Se possível, o empresário sugere que se conheça o exportador para certificar-se de que a empresa tem capacidade de entregar exatamente o que foi comprado. “A devolução de um produto ao exterior, mesmo que os trâmites exigidos pela aduana brasileira fossem simples, é extremamente custosa e dificilmente vale à pena”, destaca.

Serviços de Qualidade

Cumpridas as questões legais e conferida a qualidade e capacidade do fornecedor no exterior, é hora de fechar o negócio. Neste momento, Tomaselli Neto é taxativo: “Não economize e contrate serviços de qualidade.”

Frete

Na hora de contratar o frete, é preciso ficar atento ao Transit Time, à Quantidade de Transbordos e ao Free Demurrage Time (tempo livre de tarifas pela utilização do contêiner após a chegada deste ao porto de destino).  “Isso pode atrasar ou encarecer muito qualquer processo de importação”, explica Tomaselli Neto.

Seguro

Ao contratar o seguro, a orientação é procurar um especialista brasileiro. “Em caso de sinistro fica muito mais fácil receber o prêmio de uma empresa estabelecida no Brasil”, afirma.  

Como iniciar as importações

1. Solicite o RADAR para sua empresa. Trata-se de um cadastramento obrigatório, feito junto à Receita Federal e que habilita sua empresa para operações de importação e exportação.
2. Cadastre um despachante aduaneiro de confiança, pois, assim como um contador ele pode melhor instrui-lo na tomada de decisões em comércio exterior.
3. Procure seu contador para ajudá-lo a entender melhor os custos de uma operação de importação. É muito importante verificar procedimentos para emissão de notas ficais de entrada e saída e saber exatamente os impostos que incidirão no resultado.
4. Entre em contato com seu banco para ter certeza de que este está habilitado a realizar suas operações de câmbio, que serão fundamentais para enviar pagamentos aos seus fornecedores no exterior.
5. Busque uma empresa de Trading que ofereça segurança e confiabilidade. Esta irá auxiliar a encontrar as melhores soluções para sua necessidade e ainda oferecer redução de alguns impostos que diminuem consideravelmente o custo das mercadorias.

Fonte: Gabriela Piske
Escrito por: Dario Tomaselli Neto

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