Quem monta um negócio e se dedica a esse negócio, precisa obter daí o seu
sustento. As necessidades pessoais e de sua família serão satisfeitas através de
um valor que o empreendedor irá retirar de sua empresa.
A famosa retirada pró-labore serve, portanto, para satisfazer as necessidades
pessoais do empreendedor, dos sócios investidores que se dedicam ao negócio.
Há certa confusão quando falamos em retiradas e distribuição de lucros, pois
às vezes um sócio investidor não dedica tempo algum na administração da empresa.
Neste caso ele deveria ter apenas a participação nos lucros de acordo com a
participação deste no capital da empresa, e a distribuição desses lucros deverá
ser planejada para evitar descapitalizar o caixa.
Mas em relação aos sócios que dedicam tempo para a empresa, devem obter desta
um valor para satisfazer suas necessidades, como já falamos, uma retirada
pró-labore.
Mas como definir esse valor? Segue duas dicas de definição do valor da tal
retirada:
1ª) faça uma relação de suas despesas pessoais, os gastos de “casa” e da
família, no caso de ser você a única fonte de renda da família. No caso de haver
outra pessoa que contribua na renda familiar faça uma divisão das despesas
gerais e veja qual a sua parcela de responsabilidade pelos gastos gerais.
Compare os valores do mês atual com os últimos seis meses e defina um valor
médio. Se for o caso, estabeleça uma média anual, pois existem despesas que
acontecem apenas no começo do ano, como materiais escolares, por exemplo.
2ª) defina a sua função na empresa, por exemplo, você desempenha a função de
um gerente de compras e produção ou de vendas e administrativo. Analise suas
principais atribuições no negócio, pois a tendência é você concluir que é um
gerente de tudo, mas na verdade você se dedica mais a uma função do que à outra.
Após essa conclusão, pense que se você tiver que se ausentar do negócio, qual o
salário de um substituto? Quanto valeria no mercado de trabalho um gerente ou
administrador para exercer as suas funções? Você pode consultar empresas de
recrutamento e seleção para apurar essa informação. Pode ainda consultar alguns
grandes jornais que possuem suplementos ou cadernos específicos que trazem
valores médios de salários do mercado de trabalho.
Mas segue um alerta! Uma vez definido o valor da retirada pró-labore, é
necessário avaliar se a empresa gera recursos para que o empreendedor possa
realizá-la.
Como essa retirada servirá para satisfazer as necessidades dos
empreendedores, e tais necessidades não variam de acordo com as vendas da
empresa, ela deve ser considerada uma despesa ou um gasto fixo. Isso quer dizer
que independentemente do volume de vendas os empreendedores deverão ter suas
retiradas periódicas, pois precisam delas para suas despesas pessoais, ou seja,
para sobreviver.
Como já falamos, o importante é saber se a empresa possui vendas suficientes
para arcar com tais gastos, e, se não, atitudes deverão ser tomadas, ou de
redução dos valores de retiradas (o que significa mudar seu estilo de vida ou os
gastos familiares) ou de aumento nos volumes de vendas (que significa mudança
nas estratégias adotadas pela empresa). Seja qual for a atitude a ser tomada,
será necessários algum sacrifício, ou do empreendedor ou da empresa.
Fonte: Revista Incorporativa
Por: Rosendo de Sousa Júnior
Nenhum comentário:
Postar um comentário