sexta-feira, 2 de setembro de 2011

IFRS e a adequação dos balanços

IFRS (International Financial Reporting Standard)
Normas Internacionais de Relatórios Financeiros .

O balanço em IFRS será exigido pelo mercado (Bancos, fornecedores, parceiros comerciais).
O RTT (regime transitório de Tributação), o F. Cont, foram instituídos pelo governo, para não impactar a arrecadação tributária, por isso, todos os ajustes realizados para conversão do Balanço em IFRS, não poderão influenciar na apuração fiscal do contribuinte.

O IFRS traz benefícios internos e externos para o Brasil, em termos de padronização das normas contábeis que deverão ser adotadas pelas empresas .
De acordo com a Ernst & Young, em estudo lançado no final de 2009, mais de um terço (28%) dos entrevistados afirmaram ainda não ter tomado conhecimento dos desafios e oportunidades das opções existentes para adoção do IFRS. A explicação pode estar na falta de conhecimento: 54% disseram não ter uma equipe dedicada à implantação do IFRS, contra apenas 40% que afirmaram já ter sua equipe pronta. Os números mais importantes indicam que as empresas ainda não perceberam a urgência da implementação do IFRS: 60% disseram não ter este planejamento, contra apenas 27% que responderam de forma positiva - desempenho semelhante à primeira fase da pesquisa, realizada no começo do ano passado. Esses números provam que a movimentação para a adoção ainda é lenta.

Para uma padronização da natureza do IFRS, planejamento é primordial, ainda mais com o tempo reduzido. Abaixo estão listados alguns passos que uma empresa precisa passar para adotar de maneira eficaz o IFRS:

Identificação dos principais impactos (visão macro). Dadas as características das empresas, é preciso identificar as principais normas ditadas pelo CPC que influenciam na mudança das demonstrações contábeis.

A Resolução CFC 255/09 traz 35 seções, abaixo destacamos as mais relevantes considerando nossa carteira de clientes:

Seção 11 : Ativos e Passivos Financeiros
Os valores do ativos e Passivos serão reconhecidos com base no valor presente ( a vista), os juros incluídos nas vendas a prazo devem ser reconhecidos conforme sua realização.

Seção 13 : Estoques
Ao final de cada exercício, a empresa deve avaliar se houver perda do valor recuperável dos seus estoques, ( se o estoque está contabilizado pelo valor maior que o valor da possível venda), podem ocorrer casos de obsolências, quebras, perdas, neste caso dever ser feito o reconhecimento das perdas por redução do valor recuperado.

Seção 17 : Imobilizado
Os ativos imobilizados podem ser trazidos a valor justo ( deemed cost) apenas no processo de implantação do IFRS. As novas aquisições serão contabilizadas pelo preço de custo, e todo ano aplicar o teste de perda por redução do valor recuperado.
As depreciações deverão ser feitas pela vida útil que a empresa pretende utilizar, considerando o valor residual se houver. Orientamos que a empresa contrate uma consultoria especializada em Reavaliação de Ativos, e obtenha um Laudo Técnico para a transição.

Seção 20 – Leasing
O arrendamento mercantil será considerado financeiro quando a empresa ficará com a posse do bem no final do contrato. Deve-se segregar os pagamentos mínimos entre o encargo financeiro e a redução do passivo. Os juros devem ser alocados em cada período em que ocorrer a realização.

Seção 23 - Receitas
O reconhecimento das receitas ocorrerá na transferência da posse do bem ou serviço, A empresa deverá reconhecer a diferença entre o valor presente ( a vista ) de todos os recebimentos futuros e o valor nominal da contraprestação como receita de juros na medida em que forem sendo gerados.

Seção 25 - Empréstimos
Os custos ( juros, encargos, variações cambiais) deverão ser reconhecidos como despesas no período em que forem incorridos.

Seção 27 - Teste de Impairment - Redução dos Ativos
Esse teste serve para ver se houver perda da recuperabilidade dos ativos e podem ser realizados nas contas de Estoques, duplicatas a receber, imobilizado e Intangível. Os valores serão lançado como despesas.

Depois de fazer esse estudo, a empresa juntamente com o escritório contábil, e uma empresa de consultoria contratada, deverão levantar a quantidade de ativos imobilizados, gestão da tesouraria, exposição a riscos, mercado e segmentos em que ela está inserida, etc. E se ela tem uma ferramenta global, como SAP, e se já está preparada ou não para receber os módulos a serem instalados.

Alertamos para a necessidade de investimentos na área da T.I, em softwares de gestão integrados, que apresentem ferramentas com funcionalidades para atender ao Fisco e ao Mercado. A idéia do IFRS é atender o princípio contábil, e não a regra. Adaptar-se aos princípios do IFRS não afeta unicamente as áreas de Contabilidade ou TI. Toda a empresa sente a mudança!

Adotar o IFRS resulta em diversas adaptações, por isso funcionários precisam passar por treinamentos. Mas existem outras conseqüências , como mudar o valor dos ativos imobilizados no balanço da empresa e orientações específicas para contabilizar ativos financeiros que a empresa estiver investindo, pois isso, na prática, se refere a riscos que a empresa está submetida.

Importante ressaltar que o impacto da implantação do IFRS não é grande o suficiente para afirmar que irá mudar a cultura organizacional, porque, depois de implantado, a tendência é que a norma contábil se torne "rotina" da empresa.


Fonte: ROGERS CONTABILIDADE

Créditos: Edina

Nenhum comentário:

Postar um comentário